terça-feira, 27 de maio de 2014

Dia 24 de Maio - O Livro e a Leitura Diante da Condição da(s) Juventude(s) no Brasil

PARA SÉRGIO RODRIGUES, COPA NO BRASIL É A MENOS EMPOLGANTE DOS ÚLTIMOS ANOS


Às vésperas da Copa do Mundo, futebol e literatura tomaram conta da 14ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto quando o jornalista e escritor Sérgio Rodrigues subiu ao palco do Theatro Pedro II, neste sábado, 24. Seu último romance, “O Drible”, é um drama que utiliza o esporte mais popular do país como fio condutor da história. Além do livro, Rodrigues tentou explicar por que o futebol é tão pouco utilizado na literatura nacional e porque considera a Copa no Brasil um desastre.
Respondendo à plateia, o escritor criticou a Copa que começa em 12 de junho. “Desde 1970, quando comecei a acompanhar Copas, nunca vi uma Copa tão desanimada. Eu atribuo isso ao desastre da organização. Isso não estava na cabeça do governo há sete anos. O Brasil não deveria ter se candidatado. Essa Copa deveria ser feita aqui daqui a 20 anos”, completou. O escritor ainda fechou sua opinião ironizando o país do futebol. “A Copa do mundo no país do futebol é a Copa pela qual o país do futebol menos se interessou”.
No dia em que a Feira discutiu a condição da Juventude no país, Rodrigues agradou a plateia com um bate-papo futebolístico. Sérgio iniciou a conversa falando de Peralvo, um de seus personagens, que no livro é revelado como um garoto especial, título merecido pela velocidade, por conseguir ganhar o lance das jogadas segundos antes dos outros. O autor destaca que a história de Peralvo é contada a partir das impressões do pai dele. “Dai vem a questão, ‘e se’ um jogador foi realmente mágico?” questiona ele.
            O escritor ainda contextualiza o famoso lance de Pelé contra a Checoslováquia, usado no início do livro, com o livro em si. Ele mostra que o livro é um drible. “Através da narrativa, o livro também tenta dar um drible no leitor. É uma surpresa. Assim como o pai de Peralvo tenta driblá-lo”, descreveu. Sérgio também se lembrou de uma entrevista que fez com o Rei do futebol, onde Pelé disse: “Tantos gols lindos para serem lembrados, mas sempre se lembram dos que eu não fiz”.
            “Meus livros costumam ser encharcados de histórias. Eu uso música, esportes, culturas. Sempre preciso enraizar a história nisso. É o meu jeito de trabalhar”, acrescentou o escritor, que também comentou que a junção de literatura e futebol no livro “deu samba”.
            Entre as grandes inspirações para “O drible”, Sérgio foi direto: Nelson Rodrigues. “Eu admiro o Nelson. Não só como cronista esportivo, mas também como dramaturgo. Como escritor, eu devo muito a ele e sua participação no livro é uma forma de homenageá-lo”, explanou.
            Ao abrir a rodada de perguntas, Sérgio foi questionado sobre a aparição das artes marciais e se elas poderiam roubar o lugar do futebol nos corações dos brasileiros. Sendo certeiro, Rodrigues disse que nem a Fórmula 1, em sua melhor forma, conseguiu tal feito e que não será o MMA que fará isso.

            Sérgio Rodrigues ainda falou sobre seus trabalhos desde o começo de sua carreira, como o trabalho de correspondente do Jornal do Brasil em Londres e também suas experiências no O Globo e na TV Globo. 

Fonte: Wolfgang Pistori - Imprensa
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            Fundação Feira do Livro

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