terça-feira, 27 de maio de 2014

Dia 23 de maio - O Livro e a Leitura Dianteda Condição do Meio Ambiente no Brasil

Mesa de debate sobre Meio Ambiente assusta publico com dados negativos sobre poluição e falta d’água no mundo



“Durante a ditadura militar, enquanto os outros países começavam a discutir sobre as consequências da poluição, o Brasil fazia campanha em jornais importantes no exterior com o slogan “venham nos poluir”, pois a poluição traria desenvolvimento, o governo alegava”. O relato é de Alfredo Sirkis, escritor, jornalista e ex-secretário de Urbanismo da Cidade do Rio de Janeiro, que, ao lado do escritor e engenheiro civil ribeirãopretano Alberto Gonçalves, formaram a Mesa de Debates desta sexta-feira, 23 de maio, para discussão do tema: “O livro e a leitura diante da condição do meio ambiente no Brasil”, que aconteceu no salão principal do Theatro Pedro II, às 16h.
Durante sua fala, Sirkis ilustrou como marco das questões ambientais no Brasil, uma história que aconteceu em Porto Alegre em 1975. “Havia um projeto para alargar uma avenida importante e uma grande árvore no meio do caminho seria derrubada, um estudante mineiro, que residia na cidade, resolveu subir nessa árvore e com esse ato conseguiu salvá-la, pra mim esse foi o Genesis do início da preocupação com o meio ambiente no nosso país”, finalizou Alfredo.
O escritor ribeiraopretano Alberto Gonçalves focou sua fala no aquífero Guarani e no consumo de água no planeta e chocou a plateia com números altíssimos de desperdício. “Para conseguirmos manter o consumo, precisaríamos de cinco planetas iguais ao nosso, somente para manter, pois nem esses cinco planetas seriam suficientes para satisfazer o nosso alto consumo. Vivemos numa sociedade onde tudo é feito para gerar mais consumo, mais lucro, os produtos são todos feitos com ‘obsolência programada’, o capitalismo não se sustenta se o consumo diminuir”, enfatizou o escritor, que ainda criticou o governo pelo descaso com o meio ambiente. “Essa ideia de sustentabilidade é uma hipocrisia, esse conceito sustentável é hipócrita, o consumo não vai diminuir”, completou.
Os dois escritores abriram espaço para perguntas e focaram no emergencial. O ex-secretário alertou para os perigos dos lixões a céu aberto e foi enfático ao falar da reciclagem como opção para diminuição desse lixo. “O lixo só é considerado lixo, pois está misturado, mas quase tudo que se joga fora pode muito bem ser reaproveitável”.
Para finalizar, o ribeirãopretano falou sobre problemas sem solução para o aquífero Guarani e deixou a plateia com uma questão para refletir. “As soluções que apresentaram nos estudos realizados até hoje são inviáveis, nós consumimos cerca de 80m³ mas a natureza só consegue repor 46m³. E quando nossa água acabar?”.
A arquiteta e urbanista Nayara Sartorato, que veio a Ribeirão Preto especialmente para a Feira do Livro, saiu satisfeita da palestra. “Apesar de me preocupar com o consumo sustentável nos meus projetos, estou mais atenta, eu não sabia desses dados tão preocupantes, que bom que agora eu e todos que assistiram a palestra tomamos nota, já passou da hora de se conscientizar.”

A bióloga e doutora em Educação Ambiental Clarice Sumi Kawasaki, que também participaria da Mesa de Debates, alegou problemas de saúde e não participou do bate-papo.

Fonte: Wolfgang Pistori - Imprensa
              www.feiradolivroribeirao.com.br 
          Fundação Feira do Livro.

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